E se todos estivessem dormindo?Se foi sonho ou não pouco importava, pois a magia daquela tarde de final de agosto quando no palpitar da primavera as flores logo chegariam preencheu o buraco que as vezes o cotidiano cava em nossos corações nos deixando cegos quanto a vida que nos cerca.
Uma garota com seus 15 anos de idade sem saber as surpresas que a aguardavam fora de casa teve a felicidade de vestir sua boina e ir passear tornando o “simples espairecer” no qual ela se lançou em um devaneio dos mais agradáveis.
Saindo de casa, sentiu cócegas na batata da perna.Eram as gotas das molhadeiras automáticas de jardim respingando nela.Assim, a garota abriu um sorriso inocente e correu em meio as molhadeiras dos jardins construindo uma cena tão suave que parecia uma peça de ballet decorada pelo sincero sorriso.Começou assim, sem ainda saber se era sonho ou não.
A garota com olhos de caleidoscópio não deixava escapar a poesia, pois pensava que quanto menos despercebida ela se passasse melhor seriam os dias. Com essa idéia em mente e embalada por “strawberry fields forever” em seu toca fitas, parou diante a uma árvore sem folhas esculpida pelo inverno e reparou uma única flor vermelha e grande. Que linda flor!Ficaria belíssima em seu cabelo.
Outro quadro recheado de lirismo se construia. O título que eu daria a essa segunda cena que esse passeio sem pretensões proporcionou seria: “quem era a flor?”
Tive a impressão que a menina tinha algum poder ao ver tudo isso. Era uma fada?Talvez Belial?Não sei e não sei se é sonho. Sei que por onde ele passava pétalas cobriam a calçada, pequenas flores como trevos se ocupavam com o branco da paisagem, redemoinhos de poeira se formavam e ela desejava apenas que seus olhos pudessem tirar fotos pois tinha certeza que tudo aquilo passava despercebido e não podia ser assim.Mas quem sabe seus olhos não fossem realmente câmeras.Era um sonho?
Para ela, o dia estava da cor do vento, um clima que não podia estar melhor, e sentada na grama de uma pracinha pensava só sobre as cores além de brincar com os gravetos quando se perguntou se seu dia não estava um tanto quanto solitário. Logo em seguida um João-de-barro saltitante de barriga amarelinha se aproximou como que num passe de mágica confortando a menina que sorria dentre os doces o sorriso mais bonito. Só podia ser sonho. Que cenas lindas, que menina linda! Inspiraria até os matemáticos mais céticos tal encanto e lirismo.
Resolveu voltar pra casa, afinal, era um “simples espairecer”. Tomou um caminho diferente mas a poesia era sua sombra. No caminho de volta algodões cobriam a rua como flocos de neve deixando-a com vontade de comer sorvete mas ela se conteve
pois não sabia se queria de morango,limão ou creme com biscoito.
Quase em casa a menina viu a última cena que achou legal, um velhinho lendo um livro em uma cadeira de balanço com 10 beagles dormindo em volta.
Sem usar muito de seu tempo observando o senhor, voltou para casa e a partir daquele dia maravilhoso usou seus dotes artísticos, sua imaginação, seu mundinho de palhaços, carnavais, Pierrots, confetes, usou também giz de cera e lápis de cor para desenhar uma mulher que girava com um guarda-chuva em mãos tendo estampado em seu rosto um sorriso desproporcionalmente grande.
Após terminar o desenho se sentindo cansada adormeceu como um anjo em sua cama formando a última cena relevante do dia. Aquela garota dormia numa suavidade e pureza comoventes. Linda cena.
No momento em que se deitou alguém acordou sorrindo, era Clown, o palhaço, que se despertou desse sonho lindo feliz, pois havia sonhado com uma garota assim o tempo todo. Será que ela existe? – pensou o rapaz -. Era o melhor sonho que o garoto já tinha desfrutado. Belas cenas e uma bela garota. Relembrando o sonho, pensou o rapaz:
“Como eu queria encontrar tal menina no momento em que o João-de-barro apareceu na pracinha. Eu sei que ela existe. Foi real. Só queria dizer o quanto sonhei com ela, sempre sonhei com uma menina assim e ela existe. O melhor dos sonhos é poder compartilhá-los com alguém que também sonha e não vai rir do que eu falo, mas vai rir comigo”.
Quem sonhou? A menina que sonhou com o moribundo palhaço que pensaria nela? Ou o palhaço que sonha com a garota? E se todos estivessem dormindo?
FIM
Para Yume com muito carinho do seu admirador The clown.
Uma garota com seus 15 anos de idade sem saber as surpresas que a aguardavam fora de casa teve a felicidade de vestir sua boina e ir passear tornando o “simples espairecer” no qual ela se lançou em um devaneio dos mais agradáveis.
Saindo de casa, sentiu cócegas na batata da perna.Eram as gotas das molhadeiras automáticas de jardim respingando nela.Assim, a garota abriu um sorriso inocente e correu em meio as molhadeiras dos jardins construindo uma cena tão suave que parecia uma peça de ballet decorada pelo sincero sorriso.Começou assim, sem ainda saber se era sonho ou não.
A garota com olhos de caleidoscópio não deixava escapar a poesia, pois pensava que quanto menos despercebida ela se passasse melhor seriam os dias. Com essa idéia em mente e embalada por “strawberry fields forever” em seu toca fitas, parou diante a uma árvore sem folhas esculpida pelo inverno e reparou uma única flor vermelha e grande. Que linda flor!Ficaria belíssima em seu cabelo.
Outro quadro recheado de lirismo se construia. O título que eu daria a essa segunda cena que esse passeio sem pretensões proporcionou seria: “quem era a flor?”
Tive a impressão que a menina tinha algum poder ao ver tudo isso. Era uma fada?Talvez Belial?Não sei e não sei se é sonho. Sei que por onde ele passava pétalas cobriam a calçada, pequenas flores como trevos se ocupavam com o branco da paisagem, redemoinhos de poeira se formavam e ela desejava apenas que seus olhos pudessem tirar fotos pois tinha certeza que tudo aquilo passava despercebido e não podia ser assim.Mas quem sabe seus olhos não fossem realmente câmeras.Era um sonho?
Para ela, o dia estava da cor do vento, um clima que não podia estar melhor, e sentada na grama de uma pracinha pensava só sobre as cores além de brincar com os gravetos quando se perguntou se seu dia não estava um tanto quanto solitário. Logo em seguida um João-de-barro saltitante de barriga amarelinha se aproximou como que num passe de mágica confortando a menina que sorria dentre os doces o sorriso mais bonito. Só podia ser sonho. Que cenas lindas, que menina linda! Inspiraria até os matemáticos mais céticos tal encanto e lirismo.
Resolveu voltar pra casa, afinal, era um “simples espairecer”. Tomou um caminho diferente mas a poesia era sua sombra. No caminho de volta algodões cobriam a rua como flocos de neve deixando-a com vontade de comer sorvete mas ela se conteve
pois não sabia se queria de morango,limão ou creme com biscoito.
Quase em casa a menina viu a última cena que achou legal, um velhinho lendo um livro em uma cadeira de balanço com 10 beagles dormindo em volta.
Sem usar muito de seu tempo observando o senhor, voltou para casa e a partir daquele dia maravilhoso usou seus dotes artísticos, sua imaginação, seu mundinho de palhaços, carnavais, Pierrots, confetes, usou também giz de cera e lápis de cor para desenhar uma mulher que girava com um guarda-chuva em mãos tendo estampado em seu rosto um sorriso desproporcionalmente grande.
Após terminar o desenho se sentindo cansada adormeceu como um anjo em sua cama formando a última cena relevante do dia. Aquela garota dormia numa suavidade e pureza comoventes. Linda cena.
No momento em que se deitou alguém acordou sorrindo, era Clown, o palhaço, que se despertou desse sonho lindo feliz, pois havia sonhado com uma garota assim o tempo todo. Será que ela existe? – pensou o rapaz -. Era o melhor sonho que o garoto já tinha desfrutado. Belas cenas e uma bela garota. Relembrando o sonho, pensou o rapaz:
“Como eu queria encontrar tal menina no momento em que o João-de-barro apareceu na pracinha. Eu sei que ela existe. Foi real. Só queria dizer o quanto sonhei com ela, sempre sonhei com uma menina assim e ela existe. O melhor dos sonhos é poder compartilhá-los com alguém que também sonha e não vai rir do que eu falo, mas vai rir comigo”.
Quem sonhou? A menina que sonhou com o moribundo palhaço que pensaria nela? Ou o palhaço que sonha com a garota? E se todos estivessem dormindo?
FIM
Para Yume com muito carinho do seu admirador The clown.
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