Escrever pra quê?
Nesse ano conheci uma pessoa de uma maneira muito inusitada, e em função do meu tesão por momentos fora do script e por pessoas que arquitetam essas momentos acabamos nos tornando amigos.
A Alice, que se mostrou interessantíssima, fez um jogo comigo no qual ela se apresentou com o codinome L e o objetivo do jogo era eu descobrir quem ela era dentre as pessoas do colégio, sendo que eu não fazia idéia de quem fosse a lunática.
Tudo começou com mensagens via correio eletrônico e troca de mensagens instantâneas na rede internacional de computadores. Acabou que nos descobrimos e ela continua criando situações bem legais como, por exemplo, a matada de aula na praça da liberdade onde, sentados na grama junto a um hippie que vendia flautas e pulseiras, conversamos muito, fizemos charadas, pude falar um pouco sobre política com o rapaz que me perguntou o porquê da minha camisa escrita 1984 e ainda aprendi um pouco sobre a banda 14 bis que o hippie citou.
A terceira situação construída por ela foi a que me levou a escrever esse texto. Ela simplesmente perguntou:
“O que te leva a escrever?”
Essa pergunta me roubou algumas noites de sono, fato que não me incomodou, mesmo porque, não vejo nada melhor que ser atropelado por uma pergunta inicialmente sem resposta. Então matutando, mastigando e digerindo essa questão me deu vontade de gritar a plenos pulmões para todo o planeta terra:
“Algum de vocês entende alguma coisa que está acontecendo? Alguma coisa faz sentido a não ser a falta dele? Alguma coisa existe a não serem as consciências individuais? O que é o passado e o futuro senão pensamentos?”
Com certeza eu não obteria nenhuma resposta satisfatória já que as respostas seriam mera expressão de pensamentos individuais. Talvez seja por essa lacuna que me surge vontade de escrever, pois eu preciso dessas respostas, então tenho que criá-las para mim.
Já que mesmo sem uma autoridade que explique o caos da vida eu sou obrigado a viver um cotidiano arquitetado por meros mortais que, como eu, não sabem de nada, é através da arte que busco minha paz e a expressão desse meu mundo de palhaços, aventuras, ideologias, fantasias e sonhos. Mundo esse que só vira uma realidade palpável quando traduzido em músicas, textos e poesias, pois enquanto não são traduzidos não passam de idéias desconexas na minha cabeça, as quais, para mim, têm muito mais valor que a realidade ilusória de ter que estudar, me formar, trabalhar, constituir família e etc.
Essa realidade ilusória não passa de uma forma de adaptação do ser humano ao mundo atual.
Escrevo por isso. Para que minha vida, aquela que é só minha, é a verdadeira e não a que eu construo para os outros possa ser cada vez mais vivida. Escrevo para viver! E mais, para viver em conformidade com minha consciência, traduzindo-a em algo real para fugir da minha coisificação e da minha robotização, para ser mais eu, por não ter outra saída e pelas minhas respostas que me dão mais paz que qualquer livro espiritual ou guia de auto-ajuda pode oferecer.
Acho que respondi de maneira satisfatória o por quê do meu habito de dedicar horas a fio na batalha com as palavras. E como todo petróleo do mundo não vale metade da minha consciência continuarei escrevendo sempre que me der na telha. Viva o caos que as gravatas tentam disfarçar!
Nesse ano conheci uma pessoa de uma maneira muito inusitada, e em função do meu tesão por momentos fora do script e por pessoas que arquitetam essas momentos acabamos nos tornando amigos.
A Alice, que se mostrou interessantíssima, fez um jogo comigo no qual ela se apresentou com o codinome L e o objetivo do jogo era eu descobrir quem ela era dentre as pessoas do colégio, sendo que eu não fazia idéia de quem fosse a lunática.
Tudo começou com mensagens via correio eletrônico e troca de mensagens instantâneas na rede internacional de computadores. Acabou que nos descobrimos e ela continua criando situações bem legais como, por exemplo, a matada de aula na praça da liberdade onde, sentados na grama junto a um hippie que vendia flautas e pulseiras, conversamos muito, fizemos charadas, pude falar um pouco sobre política com o rapaz que me perguntou o porquê da minha camisa escrita 1984 e ainda aprendi um pouco sobre a banda 14 bis que o hippie citou.
A terceira situação construída por ela foi a que me levou a escrever esse texto. Ela simplesmente perguntou:
“O que te leva a escrever?”
Essa pergunta me roubou algumas noites de sono, fato que não me incomodou, mesmo porque, não vejo nada melhor que ser atropelado por uma pergunta inicialmente sem resposta. Então matutando, mastigando e digerindo essa questão me deu vontade de gritar a plenos pulmões para todo o planeta terra:
“Algum de vocês entende alguma coisa que está acontecendo? Alguma coisa faz sentido a não ser a falta dele? Alguma coisa existe a não serem as consciências individuais? O que é o passado e o futuro senão pensamentos?”
Com certeza eu não obteria nenhuma resposta satisfatória já que as respostas seriam mera expressão de pensamentos individuais. Talvez seja por essa lacuna que me surge vontade de escrever, pois eu preciso dessas respostas, então tenho que criá-las para mim.
Já que mesmo sem uma autoridade que explique o caos da vida eu sou obrigado a viver um cotidiano arquitetado por meros mortais que, como eu, não sabem de nada, é através da arte que busco minha paz e a expressão desse meu mundo de palhaços, aventuras, ideologias, fantasias e sonhos. Mundo esse que só vira uma realidade palpável quando traduzido em músicas, textos e poesias, pois enquanto não são traduzidos não passam de idéias desconexas na minha cabeça, as quais, para mim, têm muito mais valor que a realidade ilusória de ter que estudar, me formar, trabalhar, constituir família e etc.
Essa realidade ilusória não passa de uma forma de adaptação do ser humano ao mundo atual.
Escrevo por isso. Para que minha vida, aquela que é só minha, é a verdadeira e não a que eu construo para os outros possa ser cada vez mais vivida. Escrevo para viver! E mais, para viver em conformidade com minha consciência, traduzindo-a em algo real para fugir da minha coisificação e da minha robotização, para ser mais eu, por não ter outra saída e pelas minhas respostas que me dão mais paz que qualquer livro espiritual ou guia de auto-ajuda pode oferecer.
Acho que respondi de maneira satisfatória o por quê do meu habito de dedicar horas a fio na batalha com as palavras. E como todo petróleo do mundo não vale metade da minha consciência continuarei escrevendo sempre que me der na telha. Viva o caos que as gravatas tentam disfarçar!
texto: clown
fotografia: mokah
3 comentários:
sua resposta foi satisfatória,se quer saber. :)
e eu realmente gostaria de ter mais perguntas interessantes para te fazer e assim descobrir (mais do que já sei) a pessoa que se esconde atrás de uma boina à la revolução cubana e lágrimas de pierrot.
mas a minha picaretagem como pessoa legal e culta realmente não me permite.
Igual ao dia hoje, que tinha milhares de perguntas a rodear a minha mente, dígnas de uma boa discussão ao final daquela aula nojenta, mas não tive coragem de te perguntar
Aí vc fica caladinho, lá no final da aula,como hoje,o que gera por consqüência, uma falta de diálogo estranha, para duas pessoas que começaram falando tanto via correio eletrônico.
Por tanto Caro palhaço (devo agora chamá-lo de caro escritor?) continue a fugir do script através da escrita,
coisa que faz tão bem.
Da amiga,
Lilith
bom o texto vei,me deu muita vontade de escrever agora...
o meu caminho individual sempre me parece louco e sem sentido quando comparado à coerência, mas sinto que,de uma forma ou de outra, por mais bizarro, nojento ou asqueroso, ele sempre me leva ao que realmente me importa...penso que seria muita sorte minha(ou azar) que, dentre tantos caminhos, o meu fosse justamente o que está escrito no enredo...a loucura é a minha única arma contra a coerência, que hoje em dia tampa toda paisagem e é sempre tão justa, estreita, tão clara e simples, óbvia, que tortura tanta gente que deseja ser racional...
criemos
Mto bom seus textos véi
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